De tempos em tempos sempre surge uma grande novidade que promete solucionar todos os problemas da humanidade, o apelo é tão grande em cima do conceito que ficamos pensando, nossa como que eu pude viver sem isso antes.
Tem pontos positivos e também pontos negativos nesta história toda, o positivo é fazer ganhar brilho para coisas que passavam desapercebido antes, o negativo é que fazem perder a credibilidade ou acabam sendo usadas de maneira errada, e ganham a fama de ineficaz.
A bola da vez é a Ozonioterapia, mas será que ela é tudo isso mesmo ou seria mais uma modinha que logo vai passar e deixar decepções.
Bem o legal é fazer um levantamento do todo antes mesmo de fechar conclusões, então vamos a alguns conceitos históricos que valem a pena ser apresentados, até mesmo, pois algumas vertentes de faladores dizem que não tem estudos científicos sobre o tema.
O entendimento sobre a molécula de Ozônio começou em 1840 com os estudos do alemão Dr. Christian Friedrich Schobein onde ele submetia o oxigênio a descargas elétricas que promoviam alterações na molécula, em um primeiro momento a modificação mais marcante era a do aroma, tanto é que Ozone vem dai, sua semântica significa o que cheira.
Eles conseguiram padronizar os equipamentos que conseguiam manter a descarga elétrica estável ao longo dos projetos de pesquisadores que o sucederam, até a patente criada pelo Nicola Tesla, que criou em 1896 a Tesla Ozone Co. comercializando máquinas e óleos ozonizados, isso mesmo antes da criação do FDA em 1906.
Nesta época o ozônio ganhou destaque por conseguir promover a limpeza de superfícies contaminadas e inibir o desenvolvimento bacteriano, ponto de sua importância em uma época que ainda não conhecia a antibioticoterapia, que se inicio em 1928 com a penicilina.
Essa finalidade despertou a atenção dos médicos durante a primeira guerra mundial, pois os feridos em batalhas eram tratados com ozonioterapia, para lavagem e descontaminação dos cortes e ferimentos de batalha, tamanho foi o resultado que estimulou publicações sobre no tema na revista Lancet, nos anos de 1916 e também 1917, vale ressaltar que está revista até hoje, sendo considerada uma entre as de maior fator de impacto científico.
As descobertas e encantos com a ozonioterapia começaram a ganhar ampliações ao longo da história, com marcos importante, em 1935 Erwin Payr, importante cirurgião austríaco, apresentou a obra de 290 páginas “O tratamento com Ozônio na cirurgia”.
Em 1979 Hans H Wolf publicou seu livro “O Ozônio Medicial” onde apresenta a sua pesquisa e prática, também fundou a Sociedade Médica Alemã de Ozônio.
No Brasil em 1975 o médico Heinz Konrad iniciou a prática em sua clínica em São Paulo, aonde trabalha até hoje, Em meados dos anos 90, Dr. Edison de Cezar Philippi introduziu a prática em Santa Catarina e a difundiu em inúmeros cursos e congressos.
As escolas internacionais e pesquisas sobre o tema continuaram a crescer na Europa, Rússia, Estados Unidos e até mesmo em Cuba, mostrando a viabilidade clínica da ozonioterapia que fez ela ser integrada pelas autoridades de saúde destas federações, o Brasil não poderia ficar de fora desta movimentação feita ao redor do mundo e em 2018 o Ministério da Saúde editou a portaria 702 colocando a Ozonoioterapia dentro das prática integrativas aceitas no Brasil.
Ou seja, já é verdade fora e dentro do Brasil a prática da ozonioterapia, mas porque a preocupação então?
Bem já diz o ditado “aquilo que serve para tudo não serve para nada”, é mais ou menos isso o que está acontecendo com a ozonioterapia, mas eu gostaria de corrigir este ditado da seguinte maneira, “Aquilo que serve para tudo, se não usado da maneira correta não serve para nada”.
Trabalhar com ozonioterapia é entender fundamentalmente dos 5 seguintes passos:
- Entender a disfunção fisiológica que se quer tratar.
- Entender qual a via de administração mais indicada para o tratamento
- Entender qual a dosagem adequada para o tratamento
- Entender como montar um programa regular de tratamento
- Entender como fazer associações e orientações sobre o tratamento
A ozonioterapia é uma proposta de tratamento que tem sim várias indicações clínica, dependendo da dose, via de administração e frequência, ela tenta otimizar o trabalho regular do organismo, para que o organismo possa enfrentar as desordens fisiológicas sozinho.
Por isso ele é indicado nos processo de ajuste do metabolismo, disbioses, recuperação do sistema nervoso, mitocondriopatias, melhora do diabetes, disfunções do sistema nervoso, reforço do sistema imunológico e até auxiliando nos tratamentos de emagrecimentos.
Em terra de cegos quem tem olho é rei, e em tempos de desespero o oportunismo pode tomar conta da sociedade, imagina em tempos de pandemia então.
Tem muita gente vendendo tratamento para Covid-19 com ozonioterapia, mas calma lá, precisamos entender o que realmente se sabe e o que se deduz como possível potencial de indicação.
Olha que legal este estudo aqui que saiu falando sobre o tema:

Pronto então se acabaram os problemas, acabou o corona, temos a solução?
É não é bem assim pessoal, muita calma nessa hora, precisamos entender o que é publicado para conseguir aplicar de maneira regular, primeiro, isso é um comentário, ainda não é um estudo científico aprofundado e nem validado com aplicação em humanos, ou seja é um primeiro passo, sim muito importante, por isso foi para uma revista para chamar a atenção dos estudiosos.
Aqui se comenta que a molécula reativa do ozônio tem potencial para destruir a estrutura viral do Covid-19, mas ainda não dentro de um tratamento, dentro do organismo ou coisa do tipo, mas é mais uma opção interessante de antisséptico para nossas vidas e para manter a proteção dos nossos lares, alias vemos isso também em mais uma outra publicação reforçando essa indicação de uso.

Ainda está cedo para afirmarmos que o ozônio é a resposta para nossos problemas, então devemos tomar muito cuidado para que nada gere um alarde ou mesmo erro de entendimento, substituição de protocolos medicamentosos que dão suporte a melhora do quadro, lembrando que ainda não se tem uma medicação específica para o tratamento, somente para estabilizar os sintomas desencadeados pelo processo patológico.
Alguns primeiros relatos sobre possíveis indicações clínica já estão em andamento na Itália, como afirmam este site.

Bem Infelizmente enquanto nada for realmente comprovado por a mais b o melhor remédio que temos é a reclusão e a contínua higienização das mãos.
Também fiz uma live comentando um pouco sobre o tema e comentando mais sobre a ozonioterapia e suas indicações, vale conferir o vídeo.
Rafael Ferreira